Textos

            
    NOVA OLINDA E SUA HISTÓRIA

                 Estes versos foram produzidos por ocasião da apresentação do projeto Cordel na Praça, na cidade de Nova Olinda, estado do Ceará. Seu autor é natural da cidade do Barro, advogado e procurador do Banco do Nordeste. No momento, mora em Juazeiro do Norte, é membro da Academia dos Cordelistas do Crato e pertence ao Instituto Cultural do Vale Caririense. Em visita à referida cidade, no dia 21 de junho de 2006, nas dependências do Teatro Casa Grande, Pedro Ernesto Filho, ao meio de uma apresentação artística, entendeu ser esta a melhor forma de saudar aquele povo pacato e assim disse rimando sobre a história daquele município. 

                                                              
Deus me dê força poética
de forma completa e linda,
para narrar uma história
que eu não consegui ainda,
dizer na grade do verso
como surgiu Nova Olinda.

A cidade Nova Olinda
onde a poesia prospera,
já pertenceu à Santana
e teve o nome de Tapera,
porém hoje permanece
nova e linda como era.

Para treze mil se altera
a sua população,
o seu padroeiro é
nosso São Sebastião,
e novecentos milímetros
sua precipitação.

A sua emancipação
se deu em cinqüenta e sete,
foi em quatorze de março
é bom que a gente complete,
mais progresso e mais história
seu povo humilde promete.

Quinhentos e trinta e sete
quilômetros da capital,
mais de quatrocentos metros
de altitude natural,
mas tem algo semelhante
ao clima do litoral.

No campo educacional
tem sido extraordinária,
quase trezentos quilômetros
quadrados é a sua área
e sua economia básica
é a roça e a pecuária.

Sua história literária
tem a marca de Jesus,
princesa virgem da serra
loira dos olhos azuis
que tem seu corpo molhada
nas águas do Cariús.

Que é vista a olhos nus
no seu lugar favorito,
limitando com Santana,
com Crato e Farias Brito,
é o pedaço da serra
mais poético e mais bonito.

O vento faz seu escrito
e a serra arquiva na estande,
a arte aumenta o espaço
a educação se expande,
e a cultura encontra um berço
no oitão da Casa Grande.

Porém uma festa grande
é a de seu padroeiro,
termina no dia vinte
do santo mês de janeiro
na demonstração da fé
de seu povo verdadeiro.

Foi povoado primeiro
no ano de trinta e três,
quando se elevou à vila
no âmbito de suas leis,
pelo Decreto com o número
de onze - cinqüenta e seis.

O seu povo, sem talvez,
é humilde e varonil,
seu comércio tem farmácia,
armazém e mercantil
e o dia do município
é quatorze de abril.

A semana estudantil
é por demais programada,
em novembro realiza
a Festa de Vaquejada,
sua Feira de Ciências
é culta e bem freqüentada.

Entre canção e toada
o povo mostra seu dom,
o seu Festival de Música
torna novembro um mês bom,
e em todo final de ano
faz Festa do Reveillon.

Cresceu no ritmo do som
que a própria serra entoou,
no ano cinqüenta e oito
no mês de abril se instalou,
trinta e cinco, cinco, cinco
foi a lei que o criou.

Porém muito prosperou
em seus referenciais,
Ponto de Pedra e Cavernas
são seus tópicos naturais;
Furna Pintada e Coruja,
Poço do Inferno e outros mais.

Mitológico também faz
parte de sua beleza,
Arqueológico completa
os pontos da natureza,
que somados resplandecem
seu espírito de grandeza.

Cariús é a represa
que abriga a população,
Cariri se orgulha em tê-la
encravada no seu chão
e Sul Cearense integra
sua mesorregião.

Da banana ao algodão
sua economia oscila,
além do milho e feijão
a mandioca desfila,
seus solos são abundantes
em gipsita e argila.

Sua pecuária é tranqüila
com presença de bovinos,
bons criatórios de aves,
exploração de suínos
e aqui acolá se encontram
demonstrações de ovinos.

São brilhantes seus ensinos
na rede municipal,
além de pré-escolar
e ensino fundamental,
é um verdadeiro exemplo
no campo educacional.

É na área cultural
um exemplo a ser seguido,
o Projeto Casa Grande
pelo mundo é conhecido,
sua rádio leva ao público
sucesso amadurecido.

Além de tudo tem sido
da natureza dotada,
ocupa um ponto estratégico
no preâmbulo da chapada,
onde a produção de fósseis
é muito mais concentrada.

É mais privilegiada
pela beleza serrana,
pequena, porém saudável,
atraente e quase plana,
seu nome vem de uma urbe
da orla pernambucana.

A mais interiorana
do relevo montanhoso,
o seu clima é semi-árido,
seu solo um tanto argiloso,
é de janeiro a abril
o seu período invernoso.

Seu povo é religioso
de cunho tradicional,
as suas matas são densas
seu mapa é fenomenal,
por mais de três rodovias
dá acesso à capital.

E o seu código postal
com meia três se inicia,
um, meia, cinco completam
o número da freguesia,
que facilita o correio
no leva-e-traz todo dia.

A noite é bastante fria
por motivo da altura,
quem vai lá faz elogios
pelo foco da cultura,
fica na Perimetral
a sede da Prefeitura.

Quem visita afirma e jura
desconhecer outra igual,
que desenvolva um projeto
de cultura universal,
que visa engajar os jovens
na esfera social.

O seu museu cultural
visa a conservar talentos,
a sua sede é a casa
que tem mais de cem assentos,
a primeira construída
na era de setecentos,

Dentre outros movimentos
tem um que chama atenção,
é a produção de mídia
em rádio e televisão
aconchegado na Escola
Meninada do Sertão.

Outra grande inovação
além da rádio e TV,
é o seu artesanato
feito em couro e em crochê,
cada produção bonita
onde o futuro se vê.



Endereço do autor:
Rua São José nº 466, Aptº 102, Centro,
Juazeiro do Norte-CE.
CEP. 63.010-450
Fones (088) 35114604 – 9965.3108.
E-mail
perfilho@oi.com.br
Pedro Ernesto Filho
Enviado por Pedro Ernesto Filho em 15/06/2009
Alterado em 10/11/2011


Comentários