BREJO SANTO E SUA HISTÓRIA
Estes versos foram produzidos por ocasião das festividades da semana do município de Brejo Santo, estado do Ceará. Seu autor é natural da cidade do Barro, advogado e procurador do Banco do Nordeste. No momento, mora em Juazeiro do Norte, é membro da Academia dos Cordelistas do Crato e pertence ao Instituto Cultural do Vale Caririense. Em visita à referida cidade, no dia 25 de agosto de 2006, no parque de vaquejada, precisamente na empanada do SESC, Pedro Ernesto Filho lembrou o tempo em que prestou seus serviços àquele município, na qualidade de técnico agrícola do banco em que trabalha. Ao meio de uma apresentação artística, a melhor forma que o poeta encontrou para saudar Brejo Santo foi através do verso e assim o fez.
Primeiro eu busco a beleza
que invade este recanto,
adormeço na poesia
dividindo o mesmo manto
e sonho escrevendo a história
do povo de Brejo Santo.
Queria ter outro tanto
das emoções que passei,
quando por mais de dez anos
neste chão eu trabalhei,
por isto é que sua história
dizer no repente eu sei.
Criou-se perante lei
de oitocentos e noventa,
em vinte e seis de agosto
sua história se ostenta,
e como um município fértil
na cultura se apresenta.
Quem o conhece comenta
seu lençol, suas bacias,
já foi Brejo da Barbosa
no tempo das sesmarias,
e o nome de Brejo Santo
perdura até nossos dias.
Foi por suas regalias
de Milagres desmembrado,
o Coração de Jesus
seu padroeiro sagrado,
e quatro de setembro é
seu dia comemorado.
E em quilômetro quadrado
posso explicar sua área,
seiscentos e oitenta e quatro
com superfície ondulária,
solo fértil e excelente
para cultivo e pecuária.
Sua história literária
tem bom nível de expressão,
mais de quarenta e três mil
é sua população,
e novecentos milímetros
sua precipitação.
E sua limitação:
ao sul fica com Jati,
ao norte é com Missão Velha
e Abaiara, bem ali,
ao oeste é com Porteiras
e ao leste com Mauriti.
Completando seu croqui
tem o Poço e São Felipe,
tem a Serra da Balança
Canabrava e Araripe,
geografia agradável
para passear de jipe.
Parecendo o Mississipi
tem Bálsamo e Jenipapeiro,
rio dos poços também
dorme no seu travesseiro,
deixando água empoçada
que irriga o ano inteiro.
Brejo Santo é o primeiro
município do estado
que produz milho e feijão
e que tem projeto irrigado,
e na criação de nelore
pelos demais respeitado.
Seu poder tem conservado
marcas das origens suas,
a BR principal
divide a cidade em duas
sem desbotar a beleza
que toma conta das ruas.
As baixadas seminuas
têm renovo natural,
brilha na educação,
bem servida em hospital,
estrela da região
Cariri Oriental.
No âmbito comercial
é notória a expressão,
o Açude do Atalho
porta da transposição,
três emissoras de rádio
fazem a comunicação.
Já se tornou tradição
a Caldeira do Inferno
onde amigos se reúnem
para contato fraterno,
falar de arte e política,
carnaval, jogo e inverno.
Seu povo humilde e moderno
a cultura prestigia,
tem escritores famosos
em quem a arte confia,
onde os Pereiras montaram
o berço da cantoria
Tem Fórum e Delegacia,
Rodoviária arrojada,
dois postos de gasolina:
na saída e na chegada
onde o carro se abastece
e ao chofer não falta nada.
A igreja organizada
toda noite reza missa,
não cito os filhos ilustres
para evitar uma omissa,
pois posso não lembrar todos
e assim fazer injustiça.
Seu solo dá hortaliça
e é pouco exigente em chuva,
seus campos se reflorestam
de pinheiro e catanduva,
já tem sítios despontando
na planta de coco e uva.
Seu mapa parece luva
que veste a mão erudita,
o Hotel Municipal
impressiona visita,
quem chega volta dizendo:
Eta! cidade bonita!
O povo todo acredita
na força da tradição,
a festa do município
já se tornou atração,
e a luta da vaquejada
a melhor da região.
Tem a Toca do Leão,
de praças já possui várias,
cartórios, clínicas, farmácias
e quatro agências bancárias,
mansões ricas, luxuosas,
ornando diversas áreas.
Suas figuras lendárias
são riquíssimas de conceito,
a Igreja da Matriz
fica do lado direito
e a Torre de São Francisco
é vista do mesmo jeito.
O Brejo é sem preconceito
mas tem coisa um pouco estranha,
porém de sua estranheza
o povo humilde é quem ganha,
o único em que dois irmãos
disputaram uma campanha.
Ao Pernambuco se entranha
e à Paraíba também,
para os que vão à Porteiras
e quem de Milagres vem
a entrada é Ludovico
e a saída é no Muquém.
Fazendas que ainda têm
esqueletos dos chalés,
largas paredes de pedra
com ferro nos rodapés
que suportavam confrontos
no tempo dos coronéis.
Seus habitantes fiéis
tem seus dons prestigiados,
o sabor do OJUARA
atrai os seus convidados,
cidade interiorana
que mais tem filhos formados.
Seus líderes são dedicados
seu solo produz riqueza,
o estilo arquitetônico
se destaca na beleza,
a cem quilômetros do Crato
e quinhentos de Fortaleza.
A sede possui empresa
de notória atuação,
mercantis, revendedoras,
lojas de confecção,
gerando renda e emprego
em prol da população.
A vila da Conceição
fica à pequena distância,
vila Esperança e São Bento
mantêm sua militância,
Lagoa do Mato tem
a maior preponderância.
Para resolver a ânsia
dos jovens na faculdade,
três ônibus transportam alunos
para a vizinha cidade,
enquanto seus líderes lutam
por uma universidade.
Eu queria na verdade
voltar a este agasalho,
reencontrar meus amigos,
fazer o mesmo trabalho
e entoar este poema
na parede do Atalho.
Endereço do autor
Rua São José nº 466, Aptº 102, Centro,
Juazeiro do Norte-CE.
CEP. 63.010-450
Fones (088) 35114604 – 9916.6847.
www.perfilho.prosaeverso.net
Pedro Ernesto Filho
Enviado por Pedro Ernesto Filho em 12/06/2009
Alterado em 28/08/2009