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       AS ÁVORES MAIS RESISTENTES 
    COSTUMAM MORRER DE PÉ


                        Mote produzido por ocasião da missa de trinta dias rezada em sufrágio da alma da genitora do autor, em 08.06.1998. Ele escreveu os versos, mas as emoções não deixaram que os declamasse naquele momento. Trata-se de ligeira referência à vida simples e religiosa de sua inesquecível mãe Efigênia Vieira de Aquino, exemplo de esperança, que morreu sem perder sua lucidez. É, portanto, um decassílabo que busca valorizar a árvore da vida.


Buscou se apoiar no arco
do carisma e da bonança,
da pedra da esperança
fez seu verdadeiro marco,
sua vida foi um barco
nos oceanos da sé,
defendeu a paz até
deixar os sobreviventes
- As árvores mais resistentes
costumam morrer de pé.

O seu passado eu contemplo
com forças das emoções,
no mundo das orações
foi defensora do templo,
sua vida foi exemplo
aos seguidores da fé,
hoje sua história é
lida por seus descendentes
- As árvores mais resistentes
costumam morrer de pé.

Foi forte seu coração,
nos últimos dia de vida
sua voz foi suprimida
mas seu pensamento não,
demonstrava na feição
as graças do Nazaré,
e que agradecia até
as visitas dos parentes
- As árvores mais resistentes
costumam morrer de pé.

Se alguém fizesse um alarde
por lhe faltar o sustento
e ela escutasse o lamento
sobre aquele inverno tarde,
ela aconselhava, aguarde
o dia de São José,
pois aquele Santo é
protetor dos penitentes
- As árvores mais resistentes
costumam morrer de pé.

Ante qualquer imprevisto
sua história sobressai,
reencontrou com meu pai
e hoje está dizendo a Cristo
que a roupa escura que visto
preta da cor de café
não é mais tristeza, é fé,
fruto de suas sementes
- As árvores mais resistentes
costumam morrer de pé.

Pedro Ernesto Filho
Enviado por Pedro Ernesto Filho em 28/09/2008
Alterado em 20/02/2010


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