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          NO FINAL O HOMEM MORRE
      AH! MEU DEUS O QUE LUCROU!



           Trata-se de mote em sete sílabas um tanto difícil de fazer por reunir em suas linhas verbos interdependentes em tempos distintos, no caso, morre (presente do indicativo) e lucrou (pretérito perfeito). 


O homem nasce criança,
seu passatempo é brinquedo,
de tudo o que vê tem medo
e usa o choro por vingança,
quando jovem, brinca e dança,
depois de velho, cansou;
recordando o que passou
ao rosário ele recorre
- No final o homem morre
ah! meu Deus o que lucrou!

Enobrecendo a história
o homem luta e se forma,
mesmo assim não se conforma,
quer mais fama, quer mais glória,
depois que tem a vitória
não pensa em quem derrotou,
a fortuna que ganhou
da morte nunca o socorre
- No final o homem morre
ah! meu Deus o que lucrou!

Por exemplo, um general
manda, prende, "pinta o sete",
todo dia ele é manchete
de matérias de jornal;
no âmbito nacional
seu prestígio se espalhou,
se um público dominou,
mas da morte ele não corre
- No final o homem morre
ah! meu Deus o que lucrou!

O Pedro Álvares Cabral
navegou, descobriu terra,
quase deixava uma guerra
pra Nação de Portugal;
Tiradentes foi leal,
por isso alguém o matou,
um feriado deixou
para o povo beber porre
-No final o homem morre
ah! meu Deus o que lucrou!



Pedro Ernesto Filho
Enviado por Pedro Ernesto Filho em 23/07/2008
Alterado em 17/08/2008


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