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                        CADA SER TEM SEU VALOR 
                   PRECISA É SER DESCOBERTO.



                           Enquanto se engraxavam seus sapatos, o autor observava um sanfoneiro que tocava na calçada de uma bodega, na cidade de Iguatu. Um público pequeno o rodeava e isto foi suficiente para a criação desse mote, que se desenvolve em sete sílabas. 


O pequeno sanfoneiro
com arte desafinada
que de calçada em calçada
vive a ganhar seu dinheiro,
não é Alcimar Monteiro
nem Gonzagão, nem Roberto,
porém deixou boquiaberto
o povo do interior
- Cada ser tem seu valor
precisa é ser descoberto.

O sertanejo frustrado
vítima da sociedade,
somente vai à cidade
quando se vê obrigado,
falando pouco e errado
porque vive no deserto,
mas se houvesse escola perto
talvez que fosse um doutor
- Cada ser tem seu valor
precisa é ser descoberto.

A prostituta de bar
tem na consciência um farne,
negocia a própria carne
a fim de se alimentar,
o bom conceito de um lar
foi pela sorte encoberto,
talvez que até desse certo
se tivesse havido amor
- Cada ser tem seu valor
precisa é ser descoberto.

O bom vaqueiro voraz
no mato faz reboliço,
desenvolvendo um serviço
que acadêmico não faz;
coveiro é útil demais
quando um túmulo está aberto,
rico não se torna esperto
para fazer o favor
- Cada ser tem seu valor
precisa é ser descoberto.
Pedro Ernesto Filho
Enviado por Pedro Ernesto Filho em 12/07/2008
Alterado em 21/08/2008


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