Versos extraídos de um poema de dez estrofes.
Mote: Agosto nos traz agosto / da manga e do bom caju.
Um menino enfrenta briga
na disputa de castanha,
cai uma manga, ele apanha,
chupa que mela a barriga,
num cajueiro se abriga
colhe que enche o baú,
abocanha um caju cru
que chega salpica o rosto
- Agosto nos traz agosto
da manga e do bom caju.
Eu, na feira, como mangas
espada, rosa ou jasmim
se tu mangares de mim
eu já sei porque tu mangas,
não tens pano para as mangas
nem mangas para o zebu,
mangado vais ficar tu
por estar do lado oposto
- Agosto nos traz o gosto
da manga e do bom caju.
Versos extraídos de um poema de dez estrofes.
Mote: Pedro Bruno e Patativa / nasceram no mesmo dia.
Pedro Bruno é o segundo filho do autor.
AMBOS em Jesus têm fé,
descendem de um povo ordeiro,
UM filho de Juazeiro,
o OUTRO do Assaré.
UM que já famoso é,
tem seis livros de poesia;
o OUTRO a vida inicia
e já mostra uma idéia altiva
- Pedro Bruno e Patativa
nasceram no mesmo dia.
São filhos do Ceará,
UM de arte conhecida,
escreveu “Triste Partida”,
“Vaca Estrela” e “Boi Fubá”;
"Cante Lá que Eu Canto Cá",
também de sua autoria;
o OUTRO se nada cria
é porque a infância priva
- Pedro Bruno e Patativa
nasceram no mesmo dia.
Uma casinha mal feita
de palha, barro e madeira
que o dono pra ver se ajeita
faz um quintal na traseira;
na frente falta uma porta,
uma janelinha torta
da qual só quem fez dá fé;
no terreiro, um porco fuça
e um cabrito escaramuça
- Isto é sertão ou não é?
Versos extraídos de um poema de dez estrofes. Galope à beira-mar, estilo criado pelo poeta cearense Zé Pretinho.
Meu verso é nascido das coisas da serra
do cantar saudoso que tem a acauã
do sol que desponta às seis da manhã
tocando seus raios na face da terra
da barra da noite onde o dia se encerra
das coisas bonitas que tem o luar
da pasta gasosa formada no ar
do amplo crepúsculo, abajur da sereia
das misturas rústicas dos grãos de areia
que fica espalhada na beira do mar.
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