A partir da próxima semana, nesta série intitulada de Espaço Novo, será criada a coluna Estrofe da Semana, onde se escolherá, a cada domingo, o melhor conjunto de versos dos mais variados poemas da autoria de Pedro Ernesto Filho.
AGUARDE . . .
2. A deixa antiga tinha por regra iniciar a estrofe seguinte com a mesma palavra com a qual terminava o último verso do companheiro, e sua inspiração foi embasada na literatura portuguesa.
4. O poeta baiano, Gregório de Matos Guerra, teve alguma influência no repentismo nordestino. Estando ele no município de Igaraçu-PE, foi informado de que o juiz daquela comarca mandou prender seu ex-patrão, porque este o chamou de tu. Gregório fez com que o Juiz reparasse seu erro e libertasse o cidadão, apresentando-lhe esses versos:
Se se trata um Rei por vós
e a Deus se chama tu!
Como trataremos nós
o juiz de Igaraçu?
Será tu ou será vós?
Será vós? Ou será tu?!
5. Cantador na Grécia antiga chamava-se menestrel.
6. Guilherme IX foi o primeiro trovador da história do Ocidente.
7. A palavra verso veio do latim - versus – que significa risco do arado
8. Agostinho Nunes da Costa foi o primeiro poeta popular conhecido no interior nordestino, tronco ascendente de várias gerações de repentistas, inclusive do trio de cantadores, os irmãos Batista. Foi o pai de Antônio Hugolino Nunes da Costa e Nicandro Nunes da Costa.
A VIOLA
9. A viola é um instrumento de caráter onomatopaico, isto é, emite som que parece com a sua forma. Há quem lhe atribua origem germânica. Foi a viola o primeiro instrumento do cantador sertanejo.
10. Há notícia da existência da viola, no Brasil, antes do século XVII. Antigamente o cantador, após uma vitória, amarrava uma fita colorida em suas cravelhas.
11. Entre, alguns poetas, ainda se preservam superstições: Diz-se que a viola sofre a influência da lua. Na fase da lua nova não se guarda a viola afinada, porque ela pode ficar corcunda, entortar e rebentar as cordas.
12. Madeira para viola deve ser cortada nos meses que não contêm a letra “r”: maio, junho, julho e agosto, na fase minguante da lua para nunca apanhar caruncho.
13. Há um certo consenso entre os cantadores – que o repentista que se preza não carrega a viola de baixo do braço, e sim, na mão.
15. Apenas três cantadores do passado não faziam uso da viola: Inácio da Catingueira e Fabião das Queimadas, que utilizavam o pandeiro - Cego Aderaldo que utilizava a rabeca.
16. BANDEJA - Prato de aça onde se deposita o pagamento pelos gêneros solicitados. Era lembrada, principalmente, no momento do elogio. O elogio tende desaparecer, em face da melhoria do nível dos cantadores e o interesse da própria platéia de ouvi-los cantando assunto que despertem a curiosidade. Em cantoria de bons cantadores, o pagamento geralmente se dá de forma espontâneo. A palavra bandeja está sempre presente nas cantorias, pode até o objeto para arrecadar as ofertas ser outro, mas o nome é sempre bandeja.
Com apoio da Academia dos Cordelistas do Crato, o radialista Willian Brito apresenta, todo sábado, das seis às oito horas da manhã, pela Rádio São Francisco FM do Crato-CE, o pograma cultural Raízes do Brasil, com a participação freqüente do poeta e escritor Pedro Ernesto Filho e demais colegas da entidade. O programa pode ser assistido via internet no endereço www.radiosaofrancisco.fm5.com.br .
É, portanto, um programa de poesia, música, discussão e informação.
-Sintonizem-
LANÇAMENTO DE CORDEL
Ocorreu, ontem, dia 30 (trinta) de agosto, com início às 19 horas, o lançamento oficial do Cordel intitulado ENSAIO DE CANTORIA, de autoria dos poetas Pedro Ernesto Filho e Aldaci de França. O evento aconteceu no audItório do ICC - Instituto Cultural do Cariri, na cidade do Crato-CE. A organização ficou por conta da Academia dos Cordelistas do Crato, que conseguiu reunir uma platéia numerosa e seleta. Outros cordelistas da academia também fizeram lançamento, confira:
Autor Título da obra
Willian Brito A História de Dom Hélder Câmara;
Eugênio Dantas A História do Padre Verdeixas;
José Joel Estou vivendo o presente;
Maria do Rosário As Bonequeiras no Pé de Manga.
Foi uma noite cultural, de fartos documentários, oportunidade em que se pôde definir o cordel da seguinte forma:
Cordel tem que ser versado
ter cadência e ser completo,
mantendo em seu objeto
as raízes do passado,
onde o autor com cuidado
expresse a sua emoção,
tirando da inspiração
o que o povo quer saber
-O bom cordel deve ter
rima e metrificação.
Graças à força do estudo
do grande mestre Hugolino,
dando ao cordel um destino
de nobreza e conteúdo;
hoje, cordel não é tudo
que se pendura em cordão,
precisa ter oração,
ser bom de cantar e ler
-O bom cordel deve ter
rima e metrificação.
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