Encerrando, no espaço novo, a sessão estrofe da semana, agradecemos a todos pelas visitas e comentários. Em breve, daremos início a outra modalidade. Continue conosco.
Não há quem negue a beleza
da poesia nordestina
(Mote sugerido pelo poeta Ademar Macedo, de Natal-RN)
Só se for doido barrido,
alienado de tudo,
inimigo do estudo,
de bom senso desprovido;
se nasceu foi de enxerido
pois Deus não lhe deu a sina,
esquecido da doutrina,
um frustrado sem defesa
-Não há quem negue a beleza
da poesia nordestina.
Quem é que não dá valor
a festa de cantoria,
onde a viola inicia
um traslado de amor,
na verve de um cantador
a musa se inspira e trina,
a mensagem campesina
surge mostrando a grandeza
-Não há quem negue a beleza
da poesia nordestina.
Quem não gosta no sertão
da viola sertaneja,
no tamborete a bandeja,
na latada um lampião,
depois da renovação
a toada se aglutina
a dupla cantando ensina
preservar a natureza
-Não há quem negue a beleza
da poesia nordestina.
Poeta canta o que pensa
das coisas de um casarão,
onde a sombra do oitão
chega sem pedir licença;
o queijo feito na prensa
riquíssimo de proteína,
a tocha da lamparina
triste no canta da mesa
-Não há quem negue a beleza
da poesia nordestina.
Eu sei que a sanfona é bela
mas a viola é também,
afirmo que essa tem
mais beleza que aquela,
o vate que toca nela
recebe a graça divina
e no momento em que afina
o verso sai com firmeza
-Não há quem negue a beleza
da poesia nordestina.