2. A deixa antiga tinha por regra iniciar a estrofe seguinte com a mesma palavra com a qual terminava o último verso do companheiro, e sua inspiração foi embasada na literatura portuguesa.
4. O poeta baiano, Gregório de Matos Guerra, teve alguma influência no repentismo nordestino. Estando ele no município de Igaraçu-PE, foi informado de que o juiz daquela comarca mandou prender seu ex-patrão, porque este o chamou de tu. Gregório fez com que o Juiz reparasse seu erro e libertasse o cidadão, apresentando-lhe esses versos:
Se se trata um Rei por vós
e a Deus se chama tu!
Como trataremos nós
o juiz de Igaraçu?
Será tu ou será vós?
Será vós? Ou será tu?!
5. Cantador na Grécia antiga chamava-se menestrel.
6. Guilherme IX foi o primeiro trovador da história do Ocidente.
7. A palavra verso veio do latim - versus – que significa risco do arado
8. Agostinho Nunes da Costa foi o primeiro poeta popular conhecido no interior nordestino, tronco ascendente de várias gerações de repentistas, inclusive do trio de cantadores, os irmãos Batista. Foi o pai de Antônio Hugolino Nunes da Costa e Nicandro Nunes da Costa.
A VIOLA
9. A viola é um instrumento de caráter onomatopaico, isto é, emite som que parece com a sua forma. Há quem lhe atribua origem germânica. Foi a viola o primeiro instrumento do cantador sertanejo.
10. Há notícia da existência da viola, no Brasil, antes do século XVII. Antigamente o cantador, após uma vitória, amarrava uma fita colorida em suas cravelhas.
11. Entre, alguns poetas, ainda se preservam superstições: Diz-se que a viola sofre a influência da lua. Na fase da lua nova não se guarda a viola afinada, porque ela pode ficar corcunda, entortar e rebentar as cordas.
12. Madeira para viola deve ser cortada nos meses que não contêm a letra “r”: maio, junho, julho e agosto, na fase minguante da lua para nunca apanhar caruncho.
13. Há um certo consenso entre os cantadores – que o repentista que se preza não carrega a viola de baixo do braço, e sim, na mão.
15. Apenas três cantadores do passado não faziam uso da viola: Inácio da Catingueira e Fabião das Queimadas, que utilizavam o pandeiro - Cego Aderaldo que utilizava a rabeca.
16. BANDEJA - Prato de aça onde se deposita o pagamento pelos gêneros solicitados. Era lembrada, principalmente, no momento do elogio. O elogio tende desaparecer, em face da melhoria do nível dos cantadores e o interesse da própria platéia de ouvi-los cantando assunto que despertem a curiosidade. Em cantoria de bons cantadores, o pagamento geralmente se dá de forma espontâneo. A palavra bandeja está sempre presente nas cantorias, pode até o objeto para arrecadar as ofertas ser outro, mas o nome é sempre bandeja.