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TIRE UM POUCO DO PÃO DE SUA MESA E DÊ AO POBRE ...
Data: 09/09/2008
Créditos:
Texto: Pedro Ernesto Filho
Gravação: Pedro Ernesto Filho
Voz: Pedro Ernesto Filho


        


          
TIRE UM POUCO DO PÃO DE SUA MESA 
         E DÊ AO POBRE QUE PEDE EM SEU PORTÃO


      
          
Mote produzido e declamado pelo autor na comemoração natalina, organizada pelos funcionários do Banco do Nordeste, agência de Juazeiro do Norte, em dezembro de 2002. É mais um decassílabo com os critérios de rima e métrica eleitos pelo autor.


As pessoas sem lar, sem vez, sem voz,
pelas ruas andando esmolambadas,
sem destino,dormindo nas calçadas,
sem parede, sem cama e sem lençóis,
são também seres vivos como nós
que esperam as ajudas de um irmão,
se a elas estendermos nossa mão
Deus no céu reconhece esta nobreza
-Tire um pouco do pão de sua mesa
e dê ao pobre que pede em seu portão.

É comum encontrar-se corriola
de crianças jogadas pelas ruas
desnutridas, descalças, seminuas,
sem remédio, sem teto e sem escola,
com a mão estirada pedem esmola
para ouvir das pessoas sempre um NÃO,
a miséria estampada na feição
registrando o tamanho da pobreza
-Tire um pouco do pão da sua mesa
e dê ao pobre que pede em seu portão.

O mendigo que tem por moradia
o recanto sombrio de uma praça,
nunca escuta um bom-dia de quem passa
mas recebe piadas de um vigia,
mas o próprio vigia deveria
compreender que aquele cidadão,
se afastasse os descasos da nação,
talvez fosse gerente de uma empresa
-Tire um pouco do pão de sua mesa
e dê ao pobre que pede em seu portão.

Se um alguém uma esmola lhe pedia
mas você desse alguém desconfiava
e até mesmo a esmola lhe negava
certamente por que não o conhecia,
pois a mão que conduz uma bacia
também pode pegar um mosquetão,
se não faz é porque seu coração
tem a força de Deus por natureza
-Tire um pouco do pão de sua mesa
e dê ao pobre quer pede em seu portão.

E você, meu colega advogado,
um escravo da luta e da ciência,
também preste um pouquinho de assistência
ao mendigo faminto e desprezado;
e você, promotor ou magistrado,
não decida por força de emoção,
não se envolva na toga da missão,
dê ao pobre o direito de defesa
-Tire um pouco do pão de sua mesa
e dê ao pobre que pede em seu portão.

Lideranças políticas federais
não confundam o preço com o valor,
saibam bem que a grandeza do amor
vem no gesto de quem pratica a paz,
as medidas se dizem sociais
mas não trazem a devida solução
para o pobre que dorme sem colchão
envolvido no manto da tristeza
-Tire um pouco do chão de sua mesa
e dê ao pobre que pede em seu portão.



Enviado por Pedro Ernesto Filho em 09/09/2008



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