Textos


Crisantina Monteiro
A professora que merece admiração

 
               Ela é natural de Aurora, mas mora no Barro-CE desde muito jovem. Dedicada à educação, professora inteligentíssima, intelectual por natureza, amiga das letras, um nome que seus ex-alunos jamais esquecerão. Em breve, estará lançando um livro.  Veja em versos algumas passagens de sua vida.  
 

Não é fácil buscar inspiração
pra dizer sobre um gênio da cultura,
que no ânimo do verbo e da leitura
foi o marco da nossa educação,
uma mestra fiel por vocação
que não conta os volumes que já leu,
quantos cargos letivos exerceu
para ver o descaso ir embora,
uma Estrela nascida na Aurora
que nas nuvens do Barro apareceu.
  
Tive a sorte de ser aluno seu,
pois se trata de Dona Crisantina,
procurei exercer sua doutrina
e isto muito na luta me valeu,
os demais que fizeram como eu
conseguiram na vida bons momentos;
seus exemplos, seus gestos, seus intentos,
continuam vitais e otimistas,     
todas minhas auréolas de conquistas
são reflexos dos seus ensinamentos. 
  
Uma história narrada entre os talentos
por ser simples, autêntica e decidida,
a quem sempre a ciência deu guarida
pela sóbria razão dos pensamentos,
entre as letras buscou seus acalentos
sem perder da gramática a intimidade,
defensora da pátria e da verdade,
oponente aos que traem nossa Nação,
no que faz tem por base a perfeição
preservando o verniz da lealdade.
  
Trabalhou pelo Barro com vontade
para vê-lo crescer na educação,
na política ergueu seu pavilhão
defendendo a história da cidade,
seu emblema foi sempre honestidade
dando aula em escola reservada,
quando foi pelo Estado nomeada
se manteve louvando a sua terra
como a voz que ecoa numa serra
entoando a canção da Pátria Amada.
  
Crisantina, a primeira diplomada
que a cidade do Barro recebeu,
quantos filhos ilustres Barro deu
que se devem ao saber da graduada!
é por isto por todos consagrada
como o ícone maior da vocação,
pela força, o empenho, a expressão,
polidez, insistência e humildade,
convencendo os gestores da cidade
de que a paz advém da educação. 
  
Tem consigo o primor da gratidão,
a palavra é um dom que lhe foi dado,
o vernáculo é por si bem dominado
com sintaxe, estilo e precisão,
harmoniza a linguística em oração
que faz gosto a ouvi-la discursar,
seus escritos nos fazem relembrar
as sessões de uma era preterida,  
eis aí porque foi ela escolhida
oradora da turma ao se formar.
   
Começou na Aurora a estudar,
em seguida no Barro, e depois Crato,
neste último em regime de internato
conseguiu o seu curso terminar,
retornando ao Barro pra ficar,
onde ainda o seu nome forte brilha,
seus exemplos com o povo compartilha
por ser ela sublime, herói e grata, 
lá no céu, João Monteiro e Honorata
comemoram as ações de sua filha.
  
Eu com ela aprendi fazer sextilha
quando ainda estudava no passado,
hoje faço martelo agalopado
sob a lei do que diz sua cartilha,
considera a poesia a sua ilha
para o cárcere do pranto e da saudade,
seu perfil de intelectualidade 
nem as somas dos tempos o deformam,
se casou com Ademir e, juntos, formam
o casal mais letrado da cidade.

Pedro Ernesto Filho
Enviado por Pedro Ernesto Filho em 13/10/2009
Alterado em 27/10/2009


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