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CAMPOS SALES E SUA HISTÓRIA



                     Estes versos foram produzidos por ocasião da apresentação do projeto Cordel na raça, na cidade de Campos Sales, estado do Ceará. Seu autor é natural da cidade do Barro, advogado e procurador do Banco do Nordeste. No momento, mora em Juazeiro do Norte, é membro da Academia dos Cordelistas do Crato e pertence ao Instituto Cultural do Vale Caririense. Em visita à referida cidade, no dia 27 de outubro de 2006, na praça principal, Pedro Ernesto Filho, ao meio de uma apresentação artística, entendeu ser esta a melhor forma de saudar aquele povo pacato e assim disse rimando sobre a história daquele município. 
                          
                                      
                                              
Imploro dom de Aristóteles
e a matemática de Tales,
invoco o crédito da sorte
e a Deus peço os seus avales
para dizer no repente
um pouco de Campos Sales.
 
Primeiro teve seus vales
chamados de Nova Roma,
desmembrou-se de Araripe
constituindo outra soma,
a Lei quinhentos e trinta
foi seu primeiro diploma.
 
Este sublime diploma
apesar de publicado
em vinte e nove de julho
no fim do século atrasado,
em novecentos e trinta
foi por outro revogado.
 
Nova Roma do passado
perdeu sua autonomia,
advindo de Araripe
a quem não mais pertencia,
agregou-se a Assaré
o seleiro da poesia.
 
A sua geografia
foi criada novamente
no ano de trinta e três
por forço de sua gente,
seu nome foi homenagem
ao famoso presidente.
  
Mas antes de ir à frente
vamos voltar ao passado,
porque por Várzea da Vaca
este torrão foi chamado,
por nele se concentrar
grande rebanho de gado.
 
Foi alvo prestigiado
na história popular,
a fazenda Touro foi
grande expressão do lugar
uma das que pertenciam
a Bárbara de Alencar.
 
É justo a gente lembrar
essa figura querida,
brava, heroína, guerreira,
leal, firme e destemida,
que aos sessenta e seta anos
terminou a sua vida.
 
Na fazenda, recolhida,
sepultou seu desengano,
foi presa por defender
princípio republicano,
glorificando a história
do Padre Martiniano.
 
Campos Sales sem engano
ganhou maior expressão,
trinta e dois mil habitantes
é sua população;
e setecentos milímetros,
sua precipitação.
 
Ao norte - Aiuaba, então,
sul - Salitre bem ali,
leste - Antonina, Assaré,
Araripe e Potengi,
Ao oeste - com o vizinho
estado do Paiauí.
 
Seus distritos de per si
são Barão do Aquiraz,
Carmelópolis e Itaquá,
Monte Castelo tem paz,
Quixariú representa
as belezas naturais.
 
Nos murmúrios sociais
a concórdia se desenha,
seus abaixados são férteis,
seus campos produzem lenha
e tem como padroeira
Nossa Senhora da Penha.
 
Seu povo culto se empenha
na construção literária,
quase mil e cem quilômetros
constituem sua área,
seus solos têm vocação
para cultivo e pecuária.
 
Sua face acidentária
é de notória expressão,
as serras Grande e Vermelha
e riacho da Conceição,
Açude de Pedra e Negro
e lagoa do Bastião.
  
Produz milho e algodão,
mandioca em demasia,
bovino, suíno e ave
ocupam sua bacia,
agricultura e pecuária
formam sua economia.
 
Tem Fórum e Delegacia,
indústria em diversas áreas:
de madeira, couro e peles,
de química e de vestuárias;
cartório, gráfica e farmácia,
duas agências bancárias.
 
Suas figuras lendárias
deram exemplo de ciência,   
dinâmica na educação,
no comércio tem potência,
duas estações de rádio
disputando a audiência.
 
Seu povo planta decência,
seu solo produz riqueza,
o estilo arquitetônico
se destaca na beleza,
quinhentos e dez quilômetros
afastam de Fortaleza.
 
A sede possui empresa
de notória atuação,
mercantis, revendedoras,
lojas de confecção,
gerando renda e emprego
em prol da população.
 
Buscando a educação 
dos jovens na faculdade,
um ônibus transporta alunos
para a vizinha cidade,
porém seu povo já sonha
com uma universidade.  
 
A religiosidade
conserva as origens suas,
uma BR do estado
divide a cidade em duas
porém guardando a beleza
que toma conta das ruas.
 
As baixadas seminuas
definem vegetação,
a festa da padroeira
já se tornou tradição,
uma prova incontestável
de sua religião. 
 
Quanto à mesorregião
fica no Sul Cearense,
à Chapada do Araripe
seu território pertence,
e uma BR interliga
ao centro piauiense. 
    
O clima que lhe pertence
se assemelha ao tropical,             
vinte e sete graus centígrados
é sua média anual,
meia três – cento e cinqüenta
é o seu código postal.
    
É um foco cultural 
de brilhante entendimento,
seus filhos ilustres trilham 
em prol de um só pensamento
buscando lhe oferecer 
melhor desenvolvimento.
 
O seu povo tem talento
e em nada se precipita,
os seus hotéis são modestos
mas tratam bem a visita,
quem chega volta dizendo:
esta cidade é bonita!
 
A sua históra cogita
a cultuara de raiz,
os visitantes se encantam
com a Praça da Matriz,
por isto seu povo é
livre, pacato e feliz.
 
Quem conhece seus perfis
admira seu maciço,
possui novo aeroporto
onde se faz aterrisso,
seu PIB é predominante
na prestação de serviço.
 
Seu nome não foi omisso
àquele herói presidente,
antes de Rodrigues Alves
logo depois de Prudente,
o mestre da moratória
na dívida externa da gente.

Campos Sales, presidente,
se dedicou ao Estado,
adotou medidas duras
por isto foi criticado,
mesmo assim o Brasil sente
recordação do passado.
 
Campos Sales, chão sagrado,
onde eu ensino e aprendo,
que busque a luz do progresso,
que Deus te abençoe dizendo:
junto ao Banco do Nordeste
continue forte e crescendo.
 
 
Endereço do autor
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Pedro Ernesto Filho
Enviado por Pedro Ernesto Filho em 15/06/2009
Alterado em 15/06/2009


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