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                NÃO CANTO, MAS PRESTIGIO 
         QUEM VIVE DA PROFISSÃO



                     Nos versos a seguir o autor demonstra a admiração que tem pela arte de improvisar, escolhendo para tanto um mote em sete sílabas, no qual ilustra a vontade que tinha de se decidir pela cantoria. 


Acho que a sorte não quis
que eu cumprisse o meu destino
de duplar com Severino,
Louro Branco e Zé Luís,
Sílvio, Oliveira e Diniz
e Lourinaldo, seu irmão,
com Moacir e Sebastião,
poetas de fama e brio
- Não canto, mas prestigio
quem vive da profissão.

No tempo da infância minha
que tanto prazer me trouxe,
de uma lata de doce
eu fiz uma violinha,
e nos bancos da escolinha
fiz a primeira canção,
e ao lado do meu irmão
já brincava desafio
- Não canto, mas prestigio
quem vive da profissão.

Ninguém de casa queria,
por isso eu nunca cantei
mas mesmo assim eu marquei
a primeira cantoria,
o papai quis nesse dia
destruir meu violão,
para evitar confusão
pedi apoio a meu tio
- Não canto, mas prestigio
quem vive da profissão.

Se na vida eu sou bancário
bacharelado em Direito,
não me sinto satisfeito
por não me faltar salário,
talvez, fosse necessário
eu mudar de profissão
e usasse essa vocação
pra cantar tudo o que crio
- Não canto, mas prestigio
quem vive da profissão.

Quando eu estou dirigindo
só escuto cantoria,
e o fantasma da poesia
meu pensamento invadindo;
faço cada verso lindo
de tamanha dimensão,
o vento faz o refrão
das canções que eu assobio
- Não canto, mas prestigio
quem vive da profissão.


Pedro Ernesto Filho
Enviado por Pedro Ernesto Filho em 22/07/2008
Alterado em 21/02/2010


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